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Manifesto da unidade pela Universidade Popular*

Posted: July 27th, 2009 | Author: | Filed under: Campanhas, Geral, Informes, Próximas Atividades, Textos de luta em geral, Textos publicados pelo MUP, Textos sobre a universidade na América Latina | Comments Off on Manifesto da unidade pela Universidade Popular*

Sítio do MUP está em Reformulação…

EM BREVE NOVO SITE E ATUALIZADO DE FATO!

 

Abaixo segue o manifesto da unidade pela UNIVERSIDADE POPULAR, construindo, antes, durante e para depois do ConUNE.

"Criar! Criar! Uma universidade Popular!"

“Vem estudante, vamos lutar!…Por uma Universidade Popular!”

 

 

Manifesto da unidade pela Universidade Popular*

 

Diante dos
ataques que a universidade pública vem sofrendo mais intensamente nos
últimos anos, da crise que provoca desemprego em massa, perdas dos
direitos trabalhistas e entrega das riquezas naturais de nosso povo, o
51° Congresso da União Nacional dos Estudantes (CONUNE) realizado entre
os dias 15 a 19 de julho ignorou todo um passado histórico de lutas do
Movimento Estudantil. Já foi o tempo em que cinco dias de Congresso da
UNE representariam um período de intenso debate político que
instrumentalizasse os estudantes frente ao desafio histórico de
defender a educação das garras do mercado.

É lamentável
fazer um balanço deste CONUNE e visualizar que este conseguiu ser mais
despolitizado e aparelhado que o de 2007. Quando pensamos que a
abertura se deu em plenário do Congresso Nacional, que os dois
primeiros dias foram de ócio programado, que os atos do dia 16 (PROUNI
e Petróleo) foram financiados e regidos pelo Governo Federal, nos
perguntamos: onde estará a autonomia de uma entidade que historicamente
tinha papel protagonista e que hoje está a reboque do Estado? Os
heróicos militantes que dedicaram a sua vida para a luta no movimento
estudantil, certamente não poderiam prever algo que foi tão explicito
em matéria de aparelhamento partidário. A “primeira participação” de um
presidente no Congresso – apresentando sua possível candidata a
presidente em 2010 – ouvido por uma claque de estudantes exclusivamente
convocados para este fim, foi emblemática da situação atual de
subserviência da nossa entidade nacional.

No terceiro dia,
a enxurrada de mesas foi assustadora na programação: 25 em um curto
espaço de 8 horas, exigindo que um estudante interessado se dividisse
em pelo menos 10 pra acompanhar os debates! Ainda assim, temas
importantes como o de Ciência e Tecnologia foram simplesmente
boicotados. O fim do dia estaria reservado para o pior: os 13 Grupos de
Discussão – que em tese deveriam tirar as principais linhas a serem
defendidas pela entidade – não existiram! Méritos para a oposição que
“forçou” a mesa de Movimento Estudantil, que o bloco governista
majoritário da União da Juventude Socialista (UJS) logo se prontificou
a abafar, levando parte de seus militantes para fazer guerra de torcida
e não para colocar suas posições políticas.

O sábado e o
domingo estariam reservados para as Plenárias Finais (ou seriam
iniciais?). No sábado seria a definição dos eixos em Conjuntura,
Educação e Movimento Estudantil que a UNE defenderia nos próximos 2
anos e no domingo a escolha da Diretoria. Participamos em conjunto com
os companheiros da Oposição de Esquerda, defendendo eixos
importantíssimos para o movimento estudantil, na defesa da universidade
pública e gratuita, contra todas as medidas da Contra-Reforma
Universitária, e na defesa do projeto estratégico que o ME carece no
momento: a Universidade Popular.

Toda a
insuficiência da UNE enquanto entidade organizadora das lutas do ME;
autônoma aos governos, partidos e reitorias; protagonista de campanhas
históricas pelas riquezas naturais de nosso povo; por um projeto de
sociedade mais justa e igual e na luta contra a autocracia da ditadura
militar; – ficou exposta de forma emblemática na plenária final de
“eleição” da nova diretoria da UNE. O debate se resumiu aos dez minutos
de cada chapa, na defesa das bandeiras de cada organização e numa
votação em que a “guerra pelos crachás”, se constituía na briga pelas
17 vagas na diretoria executiva (remuneradas) e nas mais de 80 vagas na
diretoria plena.

Diante de toda a
falta de debates, da necessidade de um congresso de verdade e não de
uma fachada institucionalizada de disputa de cargos, apresentamos a
chapa “Por uma Universidade Popular”, convocando os estudantes para a
necessária reorganização do ME de “baixo pra cima” a partir de cada
entidade de base. Convocamos todos a lutar contra os efeitos da crise
econômica sobre o povo e pelo o que identificamos como fundamental: a
construção de um projeto estratégico do movimento estudantil. Após a
apresentação da chapa nos retiramos do processo de eleição da diretoria
por entender que não é uma possível diretoria – nas condições já
descritas deste congresso – que auxiliará para a reorganização do ME.
Na situação despolitizante deste CONUNE, nossa disputa prioritária foi
no campo das idéias, buscando construir laços que possam ter
repercussões para além deste evento.

ME e a necessidade do projeto estratégico: “Criar, criar, a universidade popular!”

 

A unidade entre
as teses Une de Volta pra Luta, A Hora é Essa e Ciência em Disputa, se
deu em torno de alguns eixos: a visualização da conjuntura desfavorável
ao conjunto dos trabalhadores do mundo e ao futuro da universidade; a
defesa de um projeto de educação que tenha como objetivo a emancipação
política, social e econômica do povo; e o chamado “urgente” para a
reorganização de movimento estudantil autônomo e combativo, que
expresse o clamor das bases organizadas. Essa unidade programática foi
uma vitória para o processo de reorganização do ME, pois mesmo com
todas as críticas à fragilidade da UNE e sua insuficiência para
potencializar as lutas dos estudantes, acreditamos que não podemos nos
ausentar deste espaço que é apenas um reflexo da totalidade do
movimento.

Saímos deste
CONUNE com a certeza de que o Movimento Estudantil tem que superar os
seus vícios institucionais, que fazem com que o absurdo da falta de
debates seja naturalizado em nome de uma suposta “representatividade da
base” sacralizada nos rituais de escolha da Diretoria. Precisamos
romper o atrelamento espúrio e a tendência “parlamentarista” que a UNE
tem se emaranhado nos últimos tempos, delegando todas as lutas para os
gabinetes fechados, ignorando as ruas e as ocupações de Reitoria.

Chamamos todos os
companheiros da “Oposição de Esquerda” para uma unidade real nas lutas
de base, que supere o imediatismo da unificação nos períodos de escolha
da Diretoria da UNE. Para isso, acreditamos que é imprescindível
ampliar o movimento por uma universidade popular: debatendo e
formulando rumos para o movimento estudantil; questionando a que(m)
serve a produção de conhecimento da universidade; que lute pela
democracia interna das universidades disputando seus projetos; sendo
críticos e criadores do novo conhecimento para a emancipação de nosso
povo trabalhador; pintando a universidade com as cores dos movimentos
sociais, com a cara dos operários, camponeses e todos setores
explorados de nossa sociedade!

Sabemos que a
Universidade Popular não se realizará plenamente nesta sociedade regida
pela ordem do Capital, mas compreendemos que é preciso ir além do
debate sobre qualidade e de resistência às políticas governamentais. É
necessário apontar para quem queremos tal qualidade. A ciência e
tecnologia devem ser bases para a construção de um projeto popular de
transformação social, exigindo do Movimento Estudantil que postule uma
Universidade ao lado daquele a quem deve servir: o povo.

“Vem estudante, vamos lutar!…Por uma Universidade Popular!”

*Assinam este
manifesto as teses “Une de Volta pra Luta”, “A hora é essa” e “Ciência
em disputa”, que constituíram no CONUNE a chapa
“Por uma Universidade Popular”.