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Extensão para uma Universidade Crítica, Criadora e Popular durante o 3º CBEU em Florianópolis

Posted: October 22nd, 2006 | Author: | Filed under: Textos publicados pelo MUP | Comments Off on Extensão para uma Universidade Crítica, Criadora e Popular durante o 3º CBEU em Florianópolis

EXTENSÃO
PARA UMA UNIVERSIDADE CRÍTICA, CRIADORA E POPULAR

Diante do 3º Congresso Brasileiro de Extensão
Universitária, o Movimento por uma Universidade Popular dá
boas vindas aos participantes de todo o país! Somos um
movimento composto por militantes do movimento estudantil da
Universidade Federal de Santa Catarina e colocamos como centro de
nossa prática a disputa por um novo projeto de universidade
que esteja a serviço da maioria da população
brasileira e vinculado a um projeto de transformação da
sociedade. Como um dos eixos desta discussão está uma
das formas de relação da universidade com a sociedade,
isto é, a extensão.

A extensão universitária atual em todo o país é
praticada de modo a vincular a produção científica,
o ensino e o patrimônio cultural universal das universidades
aos interesses da ampliação do poder dos grandes
monopólios empresariais nacionais e estrangeiros, o latifúndio
e a dependência nacional aos interesses dos países
centrais. A maior parte dos projetos de extensão universitária
exposto neste congresso é fruto de pesquisas empreendidas com
recursos financeiros, materiais e humanos público do Estado,
embora seus resultados estejam sendo controlados por empresas
privadas mediadas por fundações obscuras e
privatizantes. Os projetos de extensão têm perdido o
horizonte da superação dos graves problemas sociais do
país, voltando-se, ao contrário, para o mercado, ao
invés de produzir ciência e tecnologia para as
necessidades mais sentidas da população pobre do campo
e da cidade. A extensão universitária deveria
contribuir para socialização em massa do patrimônio
cultural, histórico e científico acumulado pela
humanidade, fomentar o desenvolvimento social integral, e não
o mesquinho desenvolvimento econômico restrito a minorias
empresariais.

Porém, para transformarmos esta realidade precisamos construir
um movimento que, com suas próprias instâncias de
organização e dinâmica, não reproduza os
velhos vícios do movimento estudantil, o aparelhamento, a
disputa fratricida de partidos, a burocratização ou a
negação das entidades, se tornando o contrário
dos dois extremos. É preciso que, forjando-se na luta
cotidiana, suas lideranças se constituam no estreito vinculo
com as massas estudantis servindo-a como tribunos de seus interesses
e necessidades mais sentidas, irrompendo um forte movimento de massas
de baixo para cima e de dentro para fora. Um movimento que se
mantenha independente das concepções e interesses das
classes dominantes e que, no interior da universidade, sirva aos
causas populares a partir da luta por mais condições
materiais de desenvolvimento da universidade e por concepções
teóricas críticas, disputando com as classes dominantes
a produção de conhecimento, ciência e tecnologia
em prol da maioria da população explorada e oprimida.

Por isso, a luta por uma universidade realmente crítica (que
se questiona a si própria e à ordem social a que
contribui para perpetuar), criadora e popular (não só
pela sua composição social, mas pelos seus fins e
interesses) está no centro da luta do movimento estudantil,
como sendo seu horizonte estratégico possível e
necessário de ser construído para a integração
com outros movimentos sociais.

 MUP – MOVIMENTO POR UMA UNIVERSIDADE POPULAR

Texto distribuído na Tenda Paulo Freire e em outros espaços durante o III Congresso Brasileiro de
Extensão Universitária!