ORGANIZAR A
LUTA UNIVERSITÁRIA POR UMA
EXPANSÃO DE QUALIDADE

As
aulas recomeçaram em nossa universidade e nós, estudantes,
trabalhadores técnico-administrativos e professores estamos diante de
graves problemas. A expansão do número de estudantes que está ocorrendo
desde 2008 aprofundou a falta de professores e o excesso de
substitutos, além de sobrecarregar
os
técnicos-administrativos – que mantêm a infraestrutura de toda a
universidade funcionando – pois não houve praticamente contratação de
novos trabalhadores  nos últimos anos, enquanto  a
terceirização segue sem trégua.  A luta pela oficialização da jornada de 30 horas, de
acordo com
o que assegura  a
Constituição e o decreto federal 4.836/2003, não encontra eco na
reitoria. O que os técnicos buscam garantir é a universidade aberta
mais tempo para atender a comunidade, em  turnos contínuos  de
6 horas em toda a UFSC. Mas instituir essa nova  dinâmica
de jornada só  depende
do reitor, que resiste em estabelecer os turnos corridos de 6 horas, de
forma a aumentar o atendimento, sem interrupções.  Além
disso, a reitoria não age de forma decisiva   pela retomada
de cargos, ainda muito necessários, como os de limpeza e cozinheiros,
que  foram extintos no governo de FHC. E toda essa situação
 abre uma brecha para a privatização,  através
da terceirização de trabalhadores  e exploração dos
bolsistas.    

Os
estudantes chegaram em sala de aula e não encontraram professores. Ao
mesmo tempo, os professores efetivos remanescentes têm que dar mais
disciplinas sofrendo com o acúmulo de trabalho, e os professores
substitutos lecionam sem salários dignos e direitos sociais. A entrada
extra de estudantes levou ao aumento das filas do RU e a
3ª ala ainda nem começou a ser construída. Enquanto isso, nós vamos
ficar de palhaços comendo em uma tenda de circo improvisada. E não se
surpreenda se sua próxima aula for embaixo de uma lona.

Desde
2008 a UFSC passa por um processo de expansão e reestruturação através
do REUNI (programa de reestruturação e expansão das universidades
federais), que através de um decreto do governo federal prevê a
ampliação das vagas das universidades federais e estabelece metas de
ampliar a relação professor aluno de 12 para 18 alunos por professor e
ampliar a conclusão média dos cursos de graduação para 90%. Porem hoje
a relação professor aluno na UFSC já é de 25 alunos por professor e a
evasão é de mais de 40% segundo o próprio reitor.  A
maioria das obras está atrasadas e não se sabe se serão suficientes,
como é o caso do RU cuja obra prevê atender 6 mil refeições enquanto a
pesquisa encomendada pela PRAE aponta que a demanda já era de 7500
refeições antes da expansão, o que significa que deve chegar a pelo
menos 10 mil. Alem disso a visivel falta de trabalhadores técnicos e
docentes, cada vez maior devido a ampliação não deve se resolvida, já
que o projeto não prevê a contratação de mais técnicos-administrativos
e a contratação de professores prevista não é suficiente para suprir a
ampliação somada a falta de professores anterior ao REUNI.

O REUNI
aprofunda o projeto de contrarreforma para
as universidades brasileiras desvinculando a pesquisa do ensino através
dos chamados “centros de excelência” e “centros de ensino”
e aprofundando a privatização da ciência e da tecnologia produzidas na
universidade pública.

 Pauta
histórica
do movimento estudantil, a ampliação da universidade pública
é sim necessária, seja pela criação de novos cursos ou ampliação das
vagas dos cursos já existentes. Assim como a necesidade de reestruturar
e reformular a universidade brasileira. Porém, isso deve ser feito com
o objetivo de melhorar a qualidade da educação da brasileira, de
ampliar o acesso a educação de qualidade, levando
em conta o papel que a universidade brasileira deveria ter de buscar
soluções dos grandes problemas sociais existentes no país. 

Por isso,
convocamos os professores, técnicos e
os estudantes para discutir e  ingressar
numa luta coletiva, de toda comunidade universitária, para enfrentar o
desmantelamento do ensino superior público e organizar nossas pautas de
maneira propositiva busca da universidade que necessitamos e queremos.

Reunião 12h30, dia 18/03,
quinta-feira, auditório do CCE

Assinam
essa convocatória:

DCE Luiz
Travassos – GESTÃO CANTO GERAL

MUP – MOVIMENTO POR UMA UNIVERSIDADE POPULAR

COLETIVO
DOS ESTUDANTES CONSTRUINDO A ANEL  

CALISS –
Centro Acadêmico de Serviço Social