REUNI | MAIS UM ATAQUE AS UNIVERSIDADE PÚBLICAS

 

Esse ano, no dia 24 de Abril, a partir do Decreto N 6.096, o Governo Federal instituiu o Programa de Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais  REUNI. Esse programa, que deve ser aprovado em cada instituição pelo Conselho Universitário, vem comprometer a instituição a um aumento de vagas em 100%, além de elevar a taxa média de conclusão dos cursos dos atuais 60% para 90%, em cinco anos. No entanto, o acréscimo de recursos “será limitado em 20% das despesas de custeio e pessoal da universidade”, conforme colocado no decreto. Pretende-se dobrar o número de vagas sem, no entanto, garantir investimentos que comportem uma real qualidade do ensino! Vem reafirmar a proposta dos reitores da UFBA e da UNB, e de mais 8 universidades federais, da “Universidade Nova” pois tal expansão só seria possível com uma outra estrutura, no caso, o “bacharelado interdisciplinar”, colocado no decreto como graduações “não voltadas à profissionalização precoce e especializada”. Seria um golpe fulminante sobre o ensino superior, aumentando, como também está prevista no decreto, a relação professor-aluno de 1/10 para 1/18. Em aulões superlotados, os estudantes seriam colocados em um processo de disputa constante por um “bom rendimento” no período do bacharelado para conseguir uma vaga na especialização, reafirmando o método meritocrático dos atuais vestibulares. Além disso, fortalece a necessidade de mesclar os cursos presenciais com a “modalidade” educação à distância.
    Com todos esses ataques a educação, em uma lógica perversa de mercantilização do conhecimento, “que só à humanidade pertence”, como já dizia Bertold Brecht, a comunidade universitária, os movimentos sociais e todos os setores populares que defendem e lutam por uma educação pública, direito de todos, vêm se reorganizando em prol dessa causa que já mexeu grandes massas no país. Nessa luta, devemos barrar essa “reforma” colocada pelo governo e lutar por um novo projeto de universidade e, conseqüentemente, outro projeto de sociedade, invertendo essa lógica e produzindo ciência e tecnologia ligada ao povo, para sua emancipação.

 

Jornal do Movimento por uma Universidade Popular
NÚMERO 2 – ANO 1 – SETEMBRO DE 2007
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