E a luta dos trabalhadores da UFSC tem alguma relação com essas ofensivas à Universidade Brasileira?

E a luta dos trabalhadores da UFSC tem alguma relação com essas ofensivas à Universidade Brasileira?

Cinco minutos bastariam para que, lendo um grande banner colocado na barricada da entrada da UFSC, ou tendo uma conversa com um trabalhador em greve, pudéssemos saber quais são as reivindicações desses mesmos trabalhadores em greve. Entre todos os pontos de sua ampla pauta de reivindicação podemos identificar a defesa do Hospital Universitário 100% público, a luta pela manutenção e ampliação dos direitos estudantis, que garantem permanência dos estudantes carentes, e a melhoria das condições de trabalho de sua categoria, que está sofrendo muitos ataques do governo federal.
    Para tanto, lutam pela efetivação de seu plano de carreira conquistado na greve de 2005 e até agora não cumprido pelo governo federal. Lutam também contra as medidas que dificultam sua organização, como a retirada do direito de greve e estabilidade. Outra reivindicação é referente a um aumento que não vem a 11 anos e contra o Plano de Aceleração do Crescimento (PAC), que vem institucionalizar com um arrocho salarial de 10 anos, já previsto no PL 01/07.
     E o estudante, o que tem a ver com isso?A pauta especifica da categoria dos técnicos administrativos é importantíssima para a manutenção de serviços essenciais nesta universidade, comprovadas pela paralisação da Biblioteca Universitária, Restaurante Universitário e demais setores administrativos. Nada mais justo do que trabalhadores com ótimas condições de trabalho e efetivos no quadro da universidade. A sua ausência não pode mais ser preenchida por trabalhadores terceirizados ou bolsistas.
    A falta de concursos de trabalhadores técnico-administrativos faz com que se utilizem estudantes como mão-de-obra barata. Por isso uma das pautas desse movimento é a efetivação do Projeto de Bolsa Permanência para estudantes carentes da Universidade, que terão bolsas estritamente de caráter de pesquisa ou extensão. Nesta luta, os trabalhadores estão juntos com os estudantes que lutaram por mais de dois para que esse projeto fosse aprovado no Conselho Universitário!
    Outra bandeira forte deste movimento é a defesa do Restaurante Universitário Público. No semestre passado, um acidente quase decapitou um dos trabalhadores por causa das péssimas condições de uma panela mal conservada. Além desse problema, as filas enormes e a alimentação cada vez mais precarizada, são alguns dos fatores que fizeram com que nosso magnífico reitor mencionasse a privatização do RU como medida mais “lucrativa” para a universidade. Esse direito mais do que essencial aos estudantes não pode ser privatizado como o RU da Universidade de Brasília (UNB), que hoje cobra 5 reais pelo almoço.
    O carro chefe deste movimento é a defesa do Hospital Universitário 100% público, único em Santa Catarina (ver no texto do jornal Saúde: direito de todos, dever do Estado???). Não só a comunidade Universitária necessita desse hospital, mas a população inteira do estado de Santa Catarina conta com seu atendimento.
    A dedicação desses “servidores públicos” em defesa da educação pública e gratuita deve servir de exemplo a professores e estudantes preocupados com esse patrimônio da sociedade. Educação e saúde são serviços essenciais que devem ser prioridades de uma nação que deseja seu progresso social. A luta dos trabalhadores faz parte dessa disputa de universidade e de sociedade: Bem comum versus capital. De que lado você está?

 Jornal do Movimento por uma Universidade Popular
NÚMERO 2 – ANO 1 – SETEMBRO DE 2007
MUP_FLORIPA@YAHOO.COM.BR